A LUZ NATURAL é capaz de transformar a arquitetura (que é uma arte primordialmente estática) em espaços
d-r-a-m-á-t-i-c-o-s
D-i-N-â-M-i-C-o-S…
Inspire-se agora!!!
Cenografia da Igreja de Saint-Pierre, em Firminy, projetada pelo mestre Le Corbusier:

Pela manhã, pequenas janelas criam pontos de luz no chão que, pouco a pouco, misteriosamente, transformam-se em ondas luminosas que passeiam pelas paredes. Cilindros de policarbonato com sulcos concêntricos causam este efeito impressionante. Saint-Pierre, Firminy – Le Corbusier – Imagem: Henry Plummer

Por volta do meio-dia as ondas cedem lugar a feixes bem definidos de luz, através de aberturas zenitais em ângulos localizadas na cobertura. Saint-Pierre, Firminy – Le Corbusier – Imagem: Henry Plummer

Com a aproximação do pôr do sol, uma luz dourada entra na igreja e atinge a parede do altar, enquanto que um céu azul cai suavemente pelas janelas estelares, uma referência direta à Constelação Orion. Saint-Pierre – Firminy – Le Corbusier – Imagem Henry Plummer
Siobhan Rockcastle e Marilyne Andersen comandaram uma pesquisa onde analisaram alguns exemplos de como a arquitetura contemporânea se relaciona com a luz solar.
O resultado foi uma categorização em 10 diferentes tipos de iluminação natural, que passeiam de padrões exageradamente diretos até espaços indiretos e difusos:

Imagens 3D de dez modelos de iluminação natural – do altíssimo contraste à iluminação totalmente difusa. Imagem © Siobhan Rockcastle, Marilyne Andersen.

Siobhan Rockcastle e Marilyne Andersen – Exemplos De Obras Contemporâneas Em 10 Níveis De Iluminação Natural – ArchDaily
Neste post vamos conhecer os três principais grupos: ALTO CONTRASTE, MÉDIO CONTRASTE E BAIXO CONTRASTE.
Luz Natural – ALTO CONTRASTE
As sombras são fortes e definidas. O curso do sol faz com que os edifícios se tornem obras de arte dinâmicas e dramáticas.
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Louvre Abu Dhabi – Jean Nouvel

Louvre Abu Dhabi – Jean Nouvel – Imagem TDIC Design Ateliers Jean Nouvel
O partido do projeto para o museu situado em Abu Dhabi consiste em uma combinação de sombreamento e feixes de luz, uma “chuva de luz”.
Neste breve vídeo é possível compreender O QUÃO INCRÍVEL é o resultado dessa “chuva de luz”, que faz com que o museu pareça movimentar-se sozinho:
O projeto executado pelo Ateliers Jean Nouvel é embasado em um grande ícone da arquitetura árabe: a cúpula. Sua forma é inspirada na arquitetura islâmica tradicional, com referências diretas às cúpulas de mesquitas e madrasas.

Detalhe da cúpula de Louvre Abu Dhabi – Jean Nouvel – Imagem TDIC Design Ateliers Jean Nouvel

Jean Nouvel mostra ao Sheikh Sultan bin Tahnoon Al Nahyan o protótipo em escala real da entrada de luz pelas frestas da cúpula – Imagem TDIC
GALERIA DE IMAGENS
Visite também o site do arquiteto francês Jean Nouvel e conheça as obras deste mestre ganhador de inúmeros prêmios de arquitetura mundial, incluindo o Prêmio Pritzker em 2008: www.jeannouvel.com.
Luz Natural – MÉDIO CONTRASTE
A categoria de MÉDIO CONTRASTE combina luz parcial ou seletiva direta com luz indireta.
Estes espaços evitam a dramaticidade das sombras marcadas e do contraste direto, mas também passam longe da monotonia:
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Termas de Vals – Peter Zumthor

Termas De Vals – Peter Zumthor – Imagem Archdaily
Termas de Vals é um hotel e spa localizado em uma pequena vila suíça. Projetado pelo arquiteto suíço Peter Zumthor, outro ganhador do Prêmio Pritzker (2009), oferece aos seus visitantes uma complexa experiência sensorial.
A intenção foi inserir o edifício na paisagem, pretendendo “amigavelmente” se relacionar com o entorno e não se impor perante este.

O edifício se integra totalmente ao entorno – Termas De Vals – Peter Zumthor – Imagem Archdaily
Pequenos “rasgos” entre as lajes e grandes aberturas nas fachadas permitem a entrada seletiva de luz natural direta, que juntamente com a iluminação artificial causam aos visitantes a sensação de paz da qual eles estão em busca para relaxar.

Pequenos “rasgos” trazem luz natural direta, combinada à iluminação artificial – Termas De Vals – Peter Zumthor – archzine.fr
Diversas “porções” de paisagens são reveladas uma a uma, como se fossem quadros que estivessem ali dispostos para apreciação e relaxamento.

“Porções” de paisagens são reveladas uma a uma, como quadros – Termas De Vals – Peter Zumthor – archzine.fr
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“Quando olhamos para objetos ou edifícios que parecem estar em paz em si mesmos, a nossa percepção se torna calma e entorpecida. Os objetos que percebemos não têm nenhuma mensagem para nós, pois eles simplesmente estão lá… Aqui, neste vácuo perceptual, uma memória pode vir à tona…”
Peter Zumthor
Luz Natural – BAIXO CONTRASTE
A terceira categoria compreende o modo de iluminação difusa indireta e, portanto, elimina contrastes intensos e mudanças ao longo do tempo.
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Naked House – Shigeru Ban

Paredes difusas alongam-se do solo ao teto e concedem a sensação de flutuar em uma nuvem. Naked House – Shigeru Ban – Imagem Hiroyuki Hirai
O projeto residencial concebido pelo arquiteto japonês Shigeru Ban, mais um mestre ganhador do prêmio Pritzker, é um dos melhores exemplos de iluminação natural de BAIXO CONTRASTE na arquitetura.
O edifício consiste em um único e amplo espaço de pé-direito duplo no qual quatro ambientes individuais podem ser movidos livremente. O resultado final é fruto do desafio aceito por Shigeru Ban ao receber um fax de seu cliente, explicando que queria uma casa que:
“proporciona o mínimo de privacidade, para que os membros da família não se isolem uns dos outros, uma casa que proporcione a todos a liberdade de desenvolver atividades individuais em uma atmosfera compartilhada, no meio de uma família unida.”
Cliente
As paredes externas são compostas por painéis corrugados de plástico reforçado com fibras. Difusas, alomgam-se do solo ao teto e concedem a sensação de flutuar em uma nuvem.
Devido às grandes superfícies verticais luminosas quase nenhuma sombra é vista na modelagem.
Visite o site do Shigeru Ban Architects e conheça mais sobre a obra deste profissional único: www.shigerubanarchitects.com.
GALERIA DE IMAGENS
LEVE PARA CASA
Na Livraria Cultura você encontra títulos sobre todos os mestres da arquitetura mundial que citamos neste matéria.
O {CASA)³ selecionou algumas capas, mas as opções são infinitas:
E você? Qual tipo de iluminação prefere? Bem marcada com sombras fortes ou calma e relaxante com luz difusa?
Esperamos que tenha gostado deste post. Curta, comente, compartilhe!
Até a próxima publicação do {CASA)³!!!
ALESSANDRA PALMEZAN | JÉSSICA ROSSA | ADRIANO GRONARD
Texto: Alessandra Palmezan